Os Zigurates
Janine Milward
A interação harmoniosa entre o céu e a terra
e entre os estudiosos do céu estrelado
Antigamente, existiam os Zigurates - lugares onde acontecia a fusão entre Céu e Terra -, torres onde ficavam os estudiosos que perscrutavam o céu estrelado, estudando-o minuciosamente, passando adiante seus conhecimentos para suas gerações a-virem, não importando se assim o faziam sob a visão daquilo que hoje denominamos de "ciência" ou daquilo que hoje denominamos de "metaciência"... Enfim, eram os astrônomos e astrólogos!
Distinguiam-se uns e outros somente através da forma como estudavam e apreendiam os céus estrelados: os astrônomos certamente optavam pela praticidade e objetividade da relação céu-homem-terra, usando sempre o consciente e possivelmente aquilo que hoje entendemos como parte esquerda do cérebro, seu lado racional. Os astrólogos certamente optavam pela também praticidade porém regida pela subjetividade da relação céu-homem-terra, usando bem mais o inconsciente (que sempre vem trazendo suas verdades e seus conhecimentos ao consciente) – aquilo que hoje podemos compreender como ‘inconsciente coletivo’ bem como possivelmente aquilo que hoje entendemos como parte direita do cérebro, seu lado intuitivo.
Se levarmos em conta todo o tempo em que a civilização assim como a conhecemos objetivamente hoje, existe sobre nosso Planeta, certamente chegaremos à conclusão de que a separatividade, o corte epistemológico entre as ciências da astronomia e da astrologia é algo bastante recente – datando dos séculos 16 ou 17 ou 18.... muito recente, realmente.
Eu me espanto volta e meia com um determinado rancor que eu vejo acontecer entre a quase esmagadora maioria das pessoas voltadas para astronomia em relação à astrologia e à religiosidade e espiritualidade.... Como também volta e meia me espanto com o preconceito que vejo em várias das pessoas voltadas para a astrologia em relação à astronomia...
Em ambos os casos, penso que existe, primeiramente e fundamentalmente, uma ausência, um vácuo, um verdadeiro vazio de boa fundamentação, de seriedade nos estudos e na apreensão de uma e outra ciências. Ou seja: de uma forma geral, os astrólogos não se interessam em conhecer a Astronomia e a grande maioria dos astrônomos não querem nem ouvir falar em Astrologia! Isso certamente acaba trazendo um imenso pré-conceito, preconceito, conceitos errôneos, ouvidos de orelhada e aparentemente estabelecidos de forma crucial e aparentemente cristalizada.....
Será?
Eu firmemente acredito que ainda neste belo Planeta Terra, estaremos todos de volta aos Zigurates, em perfeito casamento.... senão, pelo menos, convivendo em boa harmonia e respeito!
No Sítio das Estrelas, procuro que sempre haja entre mim e os Caminhantes que aqui aportam, um pleno e fundamental respeito às ciências, eternas e maravilhosas, da astronomia e da astrologia! E certamente, compreendo que aquilo que eu denomino de Cosmologia Espiritual ou A Metafísica simbolize, de forma ainda mais bem estruturada ainda, essa fusão entre as apreensões objetivas e subjetivas dos céus estrelados!
A Astronomia é a mãe não somente de todas as ciências e de todo o conhecimento do homem mas também, e fundamentalmente, da religiosidade e espiritualidade primordiais e estruturais da civilização.
Na verdade, eu verdadeiramente acredito que todo, todo, nosso conhecimento partiu do céu, da relação céu e terra, da observação dessa inter-relação tão estreita, da compreensão de suas leis intrínsecas, de sua natureza, da revelação de seus segredos.
A Astronomia é, sem dúvida, a mãe de todos os conhecimentos e todas as ciências, é o começo da cultura de nossa civilização. A meu ver, todas as outras ciências adviram a partir dela, ciências físicas, metafísicas e espirituais.
Os mitos e histórias foram também acompanhando a ciência e a religiosidade envolvidas com a Astronomia. O inconsciente coletivo foi sendo fundamentado, pedra após pedra, formando uma infindável construção assim como o avanço do conhecimento: nunca nada é definitivo, sempre tudo é relativo. Sempre um novo conhecimento pode ser agregado ao conhecimento anterior ou deslocar o conhecimento anterior para um plano mais ultrapassado, porém nunca negado, sempre reconhecido como uma pedra a mais na construção da civilização do homem diante de seu planeta Terra, diante de sua família em seu Sistema Solar , diante de sua Galáxia, diante de sua Família de Galáxias, diante de seu Universo, diante do Multiverso ou do Pluriverso.... diante do Tao, do Caminho.
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A meu ver, astronomia e astrologia nasceram juntas e viveram juntas por séculos, milênios... e na verdade, penso que devem continuar juntas e abraçadas – por que não?
Simplesmente, se compreendermos que ambas as ciências estudam o céu estrelado porém de maneira diferenciada...., certamente respeitaremos suas apreensões e acataremos suas pesquisas e suas definições de verdades universais, sempre dentro de um ponto de vista que a astronomia trabalha com a ciência do céu objetivo enquanto a astrologia trabalha com a ciência do céu subjetivo. Apenas isso.
Um céu – o da astronomia – é visível e compreendido através dos mecanismos da racionalidade trazidos pela parte esquerda do cérebro. Outro céu, sendo o mesmo céu - o da astrologia – é também visível porém subjetivizado na transcrição dessa visibilidade e compreendido através dos mecanismos da intuição, do sexto sentido, trazidos pela parte direita do cérebro.
Porém ambas as ciências existem e são irmãs gêmeas idênticas. Apenas sabemos que mesmos os gêmeos idênticos possuem almas diferenciadas em suas identidades, não é mesmo?
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
http://fusaodascienciasdoceu.blogspot.com